Evil Dead - A morte do demônio (2013)

Evil Dead - A morte do demônio
O filme mais apavorante que você verá em toda sua vida...
- Bebê, meu doce bebezinho, é hora de dizer...adeus.

                        

                O filme começa com uma jovem andando no meio da floresta, suja, cansada e apavorada. Ela é pega, arrastada e amarrada na coluna de uma velha cabana abandonada no meio da floresta, que se encontra rodeada de animais mortos e uma mulher com jeito de bruxa. Mas não se deixe enganar: a mocinha ergue a cabeça e, de repente, milhares de vozes estranhas saem de sua garganta enquanto seu pai ateia gasolina em sua cabeça e acende o fogo. Essa era a única forma de fazer com que o demônio deixasse seu corpo, e sua alma descansasse em paz....

                Baseado no clássico dos anos oitenta de mesmo nome, Evil dead – A morte do demônio conta a história de 5 jovens que se reúnem numa cabana no meio da floresta que pertence a família de dois deles, Mia e David. Os amigos vão para lá na tentativa de ajudar Mia a se livrar do vício em drogas – mantê-la isolada, na presença de pessoas em que confia deve ajudar a trazê-la de volta. E pela primeira vez David – o irmão mais velho de Mia – resolve participar, após tê-la abandonado quando a mãe de ambos foi mandada ao hospício. Mia era apenas uma criança, e teve de enfrentar, sozinha, os horrores de viver ao lado de alguém que perdeu completamente o senso de realidade.

A bela viciada e problemática Mia.

                Apesar do entusiasmo de David e das promessas de sua irmã mais nova, os amigos já haviam

se reunido antes para tentar o mesmo...sem sucesso, pois Mia os havia abandonado no segundo dia, em busca de seu vício. Ainda assim, ele lhe promete que ficaria até a morte ao seu lado, já que havia se mantido tanto tempo ausente.

                A chegada a antiga cabana da família, onde os mesmos jovens – exceto a namorada de David, ‘nova’ na turma – se reuniam antes, Mia começa a ficar agitada. Ela diz que há um cheiro insuportável de coisa podre, e ninguém mais acredita, ninguém mais sente...além de Vovô, o cachorro dos irmãos. Ele gane, chora e puxa um tapete com os dentes.

Da esquerda para direita: Eric (o nerdão esquisito), Olivia (a enfermeira apaixonada pelo mocinho e meio lerda), David (irmão mais velho de Mia e mocinho da trama), Mia (a viciada em drogas hipersensitiva) e Natalie (a namorada passada do mocinho).

                David tira o tapete do lugar, e um rastro de sangue , como se alguém tivesse sido arrastado por ali, aparece, na entrada da porão. Ao descer, eles se deparam com os corpos de diversos animais pendurados, alguns sem pele, todos apodrecem, uma viga de madeira queimada e...um estranho objeto embrulhado em saco de lixo e fechado com arame farpado.

                Eric, o professor e amigo mais curioso dentre todos ali, resolve, mesmo sob o aviso de Mia – de que não deveriam ter tocado em nada naquele porão -, abrir o objeto, que se revela um livro antigo, com capa de couro costurado. E ele começa a decifrá-lo e lê-lo mas, o que não tem consciência é que, quanto mais ele lê, mais coisas estranhas acontecem.

                Incomodada com o local, Mia vai embora e, sozinha na mata, após sofrer um acidente de carro, ela é perseguida por fantasmas e criaturas estranhas, e é nessa hora que ela enfrenta seu pior pesadelo. A única questão agora é: alguém conseguiria sair vivo dali? E David se manteria fiel a promessa de estar ao seu lado até a morte? Na realidade, a morte é a única certeza que eles podem ter...

               

                Antes de mais nada, quem me conhece ou segue minhas redes sociais já estava cansado de me ouvir falando que ia no cinema assistir a estreia de ‘A morte do demônio’ e, na véspera ou no dia, eu avisava que AINDA não tinha chegado ao cinema aqui da cidade. Isso desde que o filme foi lançado, dia 19 de Abril QUE CONSTAVA COMO ESTRÉIA NACIONAL. Sendo assim, acredito que estou bem fora do Brasil, porque todas as estreias nacionais não chegam por aqui, sendo que temos 3, TRÊS grandes redes de cinema na cidade.

                Foi assim com Hitchcock, que até hoje não vi porque a estreia atrasou demais e, quando chegou aqui, estava com a grana contada pras contas. Mas dessa vez eu não pude resistir, e depois de encher o saco do meu namorado por meses – desde que fiquei sabendo quando o filme passaria no Brasil -, fomos na penúltima sessão de sábado, logo depois da pré-estreia na sexta.

Venha dar um beijo na Mia gracinha possuída -n

                Desabafo passado, vamos ao filme! Como dito antes, o filme se trata de um remake de um clássico dos anos 80, que, por sua vez, foi uma adaptação de um curta-metragem de 1978. Essa refilmagem pode ter contado com um diretor novo, mas tem a produção e script do diretor (produtor & escritor) do primeiro filme, Sam Raimi. A idéia de ter um novo diretor era, assim como no primeiro filme, trazer uma nova imagem a uma história já conhecida pelo público – essa parece ser a nova aposta do terror, já que diversos clássicos estão tendo releituras, remakes e histórias recontadas de uma forma ainda mais bizarra...ou ainda mais real.

                Apesar de ainda não ter assistido ao clássico que deu origem a refilmagem, o que vi na telona não foi em nada desagradável. E mesmo tendo lidos críticas que diziam que o filme tirou o humor negro e por isso perdeu pontos em relação ao original...eu discordo. As piadinhas estão presentes ali, apenas um pouco mais escondidas do que talvez deveriam estar. E por falar em piadinha, a risadinha satânica (redundância) do demônio quando os outros estão se ferrando...ah, ela com certeza faz você rir junto, de tão bizarra que é.

Na realidade ela grita 'NÃO, NÃO CORTE ISSO VADIA!' e depois ri histéricamente.
Adaptações a parte, ela de qualquer forma quer os cortes que, dessa vez, ocorrem com uma máquininha
doméstica usada para o corte de carnes. Eca!

                Os efeitos visuais estão presentes, mas nada que exagere demais na composição do todo. Achei que a atuação aliada aos efeitos deixaram o filme limpo e sinistro ao mesmo tempo, embora a atriz que interpretou Mia tenha sido uma revelação bem agradável – afinal, não é fácil agir com o demo no corpo, e ela realmente conseguiu entrar no papel. A trilha sonora também é impecável, e é por causa dela que levamos alguns sustos com coisas simples...é possível sim levar alguns sustos durante a história, mas o filme não é nem de longe o mais assustador (nem o pior) que eu vi – até agora – em toda a minha vida, como promete o cartaz.

                Muitas mutilações, sarcasmo, terror psicológico e o poder da força do amor. Junte esses elementos com um livro contendo uma maldição, 5 jovens confinados no meio do nada e um demônio a solta, com uma trilha sonora que envolve o espectador e efeitos visuais que não fogem a realidade, e temos um filme que promete, e que promete muito. Tanto que algumas pessoas ficaram chocadas com o que viram, muitas vomitaram e milhares passaram mal. Sinceramente, se você não é fã de terror, NÃO ASSISTA O FILME ou pode sofrer algum efeito colateral. Eu o assisti com a barriga bem cheia e consegui digerir tudo normalmente assistindo as mutilações e outras nojeiras do filme, portanto, se você tem o estômago fraco até pra matar uma barata, melhor ficar bem longe do filme.

Ele irá sugar a sua alma fora, diz o trecho, em tradução livre.
Se Deus tem uma bíblia, porque o diabo não poderia ter uma também?

                Agora, se você é fã de terror, não deixe de conferir o filme. Mesmo que ele não bata de frente em qualidade e história com o original, os sustos e a interpretação de Mia valem a pena, e algumas cenas podem fazer seu estômago se sentir levemente incomodado. E com certeza, a risadinha do demônio vai ficar gravada em sua mente, junto com a expressão diabólica e travessa que ele faz. Vale a pena gastar seu dinheirinho conferido o longa diretamente na telona, aproveitando que ele ainda está em cartaz em diversas cidades – e em muitas outras tem previsão de estreia até o final do mês.

Quem me arranjar um cartaz desses tem meu eterno amor <3

                Espero que assistam e se divirtam tanto quanto eu. E não tenham medo de me contar depois o que acharam dessa maravilhosa experiência. Pra garantir que não falei bobagem, vou ver se confiro o filme original no final de semana e conto pra vocês as minhas impressões sobre, já que é um clássico que eu infelizmente ainda não conferi. Divirtam-se, minhas crianças da noite...e cuidado com grimórios e bíblias perdidos por aí, afinal, nunca se sabe onde e o que podemos encontrar...

                                                      Beijos gelados,

                                                              Jess Goulart